quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Lótus Azul (Le lotus bleu, no original em francês) 1936


Sinopse

Um mensageiro da China teria um encontro com Tintim e Rawajpoutalah, mas é acertado por uma pequena flecha envenenada com radjaïdjah, o veneno da loucura. Consegue apenas o tempo de pronunciar o nome Mitsuhirato. Tintim parte à procura deste, mas sofre diversos atentados frustrados. Depois de ter encontrado Mitsuhirato, que convenceu-o a retornar a Índia, é levado por Wang Jen-Ghié, um velho homem que combate o tráfego do ópio. Após um atentado, o Japão invade a China e Tintim é preso no conflito. Entretanto, foge e salva a vida de Tchang, um jovem chinês que torna seu amigo. No desfecho da história, descobre que a quadrilha é dirigida por Roberto Rastapopoulos, que aparece nos Charutos do faraó, e cura Didi, filho de Wang (que adota Tchang), da sua loucura. Com uma lágrima, Tintim deixa-os, partindo para a Europa.
Analise

O Lótus Azul marcou uma etapa na criação de Hergé, em que melhorou a qualidade de seu trabalho (o desenho, a documentação, o cenário). Isto explica a conservação dos desenhos originais na versão colorida, salvo as três primeiras páginas, ao contrário dos três álbuns anteriores, que foram inteiramnte redesenhados antes da coloração. A partir deste álbum, Hergé torna sério seu trabalho. No início, não imaginava que Tintim faria sucesso, tratava seu trabalho como uma brincadeira ou um jogo. No final do álbum Os Charutos do Faraó, Hergé informava que Tintim continuaria suas aventuras no Extremo Oriente. Alguns dias depois, recebe uma carta do abade Gosset, capelão dos estudantes da universidade de Louvain. O abade lhe recomendava informar-se sobre a China. Hergé fez amizade com em Zhang Chongren, um estudante chinês que fazia parte da Academia de Belas Artes de Bruxelas. Tiveram várias conversas sobre a China. Hergé perderia rápido todos os seus preconceitos sobre este país e se livraria dos esteótipos do povo chinês: os habitantes com os olhos puxados que usavam tranças, comiam ninhos de andorinhas e jogavam criançinhas nos rios...Zhang supervisionou todos os desenhos, escrevendo várias frases em mandarim que podiam ser lidas em faixas e nos muros da cidade de Xangai. As frases diziam "Abaixo o Imperialismo", referência a politíca japonesa. Se Hergé escolheu defender a causa chinesa, é porque nesta época, a Segunda Guerra Sino-Japonesa estava bastante presente na atualidade mundial. O conflito que se encontra na aventura é próximo da realidade. Hergé faz uma crítica aos ocidentais, que privilegiavam o Japão. Logo após ò aparecimento da aventura, representantes japoneses de Bruxelas criticaram e protestaram contra Hergé. Manifestando o problema do leste asiático, O Lótus Azul é o mais engajado dos álbuns de Hergé e muitos o consideram a obra-prima do artista belga.
Curiosidades

  • Observar que O lótus azul nunca foi editado no Japão, que parece ser evidentemente devido ao forte tom anti-japonês do álbum. Isto explica-se também pelo fato de que o álbum faz alusão ao incidente de Mukden, muito provavelmente cometido pelos japoneses, e que foi a causa da invasão japonesa à Manchúria.

3 comentários:

  1. O melhor álbum de hergé na minha opinião !!!!!

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  2. e pq Gabriel é o melhor album na sua opiniao???

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  3. Foi o primeiro que eu assisti e li ! me iniciou no mundo de tintin !
    Além da aventura ser muuito bem feita, envolve um tema político super interessante !!

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